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sábado, 30 de junho de 2012

A MARCA DA PRESSÃO: CÂMARA APROVA 10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO


Movimento educacional e estudantil unidos continuam na luta pelo PNE Já!, com 10% do PIB para educação

Dezessete meses em guerra, conquistando apoios e construindo ideias, mobilizando-se nas ruas, escolas, universidades e gabinetes, guiando-se pelo espírito obstinado da juventude brasileira em interferir na própria história. Essa foi a atmosfera combativa do movimento estudantil do país nessa longa jornada que levou a uma de suas maiores vitórias desde a redemocratização: a aprovação nessa terça (26), pela Câmara dos Deputados, dos 10% do PIB para a Educação.

A decisão veio a partir de um acordo para a votação do Plano Nacional de Educação (PNE) na Comissão Especial da Câmara, completamente ocupada por cerca de 200 estudantes de todo o Brasil. “Pula sai do chão, quem defende a educação”, bradaram os manifestantes quando a aprovação foi anunciada. Realmente pulando e fazendo muito barulho, contaminaram todos os presentes à sessão. Agora o projeto segue para o Senado, retorna à Câmara para ser ratificada em Plenário e, finalmente, vai à sanção da presidenta Dilma Rousseff.

>> Veja o vídeo do momento em que foi aprovado:

“O Congresso Nacional tem o poder e o dever de aprovar um plano à altura dos desafios do nosso país”, disse o presidente da UNE Daniel Iliescu. De acordo com o relatório, a educação brasileira deverá receber investimento de 10% do PIB até 2020, numa linha crescente. Atualmente são investidos no setor apenas 5% do PIB.

Os deputados da Comissão Especial comemoraram a aprovação por unanimidade da proposta, obtida após muitas negociações. Inicialmente, o relator Ângelo Vanhoni (PT-PR) apresentou um índice de 8% do PIB, acordado com o governo. Ainda assim, parlamentares ligados à educação e movimentos sociais pressionavam pelo patamar de 10%.

Para a deputada Alice Portugal, “essa meta de 10% do PIB é quase um grito de independência para um país que se deseja soberano”. A deputada ressaltou “o show de combatividade e civilidade” que os estudantes da UNE e da UBES deram na sua luta por mais verbas para a educação. O assunto tornou-se um “trending topic” entre os twitteiros brasileiros na noite da terça e ainda era um dos mais comentados na manhã desta quarta, 27. Nos twites, a juventude comemora o avanço rumo à aprovação definitiva do PNE e reafirma que a palavra de ordem continua sendo pressão.

Pressão dos Estudantes

“Nós soubemos que havia uma tentativa de adiar essa votação para depois das eleições, então nos entendemos que era fundamental ocupar o plenário para constranger e impedir que isso fosse feito”, explicou o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

“Mais uma vez, os caras-pintadas mudam o curso do país, uma mudança que vai atingir a todas as futuras gerações, uma vitória que não é só nossa, mas de toda sociedade. A aprovação do PNE com investimento direto de 10% do PIB para educação é um grande marco na história do Brasil, significa pintarmos as escolas e universidades de cores, com a cara do nosso povo, garantir o pão na mesa da família do professor e o desenvolvimento econômico do Brasil junto ao desenvolvimento social. Esse recurso vai garantir que finalmente, em 512 anos de Brasil, a educação seja prioridade”, definiu a presidente da UBES, Manuela Braga.

Uma terça-feira para ser lembrada

O dia começou com uma grande manifestação reunindo mais de 3 mil estudantes, na esplanada dos ministérios, em defesa da universidade brasileira. Logo após, um grupo de 70 jovens foi recebido pelo ministro da Educação Aloizio Mercandante, incluindo representantes de DCEs de 44 instituições federais. Os estudantes levaram ao ministro um relatório detalhado de reivindicações para cada um desses campi, principalmente no que se refere à assistência estudantil, mais restaurantes universitários, moradias, creches, bolsas e melhorias na infra-estrutura.

O ministro se comprometeu a trazer soluções para o movimento estudantil dentro de 15 dias. Na parte da noite, os estudantes de diversas correntes, ideias, e opinioes, unificaram-se na grande pressão pela aprovação dos 10% do PIB, e prometem continuar com o mesmo espirito até a vitória definitiva.

De Brasília, Rafael Minoro

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